segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sistemas de (Des)Informação em Saúde

Os Sistemas de Informação em Saúde - os famosos SIS - são (ou deveriam ser) um mecanismo eficiente de coleta, processamento, análise e transmissão da informação necessária para se planejar, organizar, operar e avaliar os serviços de saúde.

Uma boa parte do tempo do nosso trabalho é dedicada ao preenchimento e envio de diversos papéis e planilhas para alimentar correta e tempestivamente esses dados. A importância desse trabalho é tanta que 35% do valor da produtividade paga aos profissionais da Saúde da Família do município está vinculado ao cumprimento desta tarefa.

No entanto, não é incomum que, diante da necessidade de se resgatar alguma informação para fins de diagnóstico e planejamento, desenvolvam mais uma planilha, questionário ou instrumento de coleta de dados para que as equipes preencham os mesmos dados novamente.

Este fato movimentou a reunião distrital desta quinta-feira, dia 30/09/10. Recebemos um questionário para que fosse realizado um diagnóstico sobre a Saúde do Homem, pois o município deverá planejar políticas para esse segmento. Nesse questionário, repetiríamos informações que já são fornecidas ao SIS todos os meses.

Quando foi questionado o motivo pelo qual essas informações não eram resgatadas diretamente do SIS, ouvimos que os dados não eram confiáveis, que as informações estavam desatualizadas, que não havia consolidação de dados, ou que informações importantes não seriam encontradas ali.

Fornecer informações para o planejamento - não era esse um dos objetivos do SIS? Do que adianta alimentar um sistema e não poder confiar nele? Será que o Ministério da Saúde desenvolveria um sistema que não contivesse todas as informações mínimas necessárias para o planejamento de políticas públicas?

Mas um dos motivos que mais causa desânimo diante dessas questões é a sensação de trabalho, tempo e energia jogados fora. Fazemos a nossa parte enquanto equipe e geramos os dados, sabendo da pena de perda salarial caso não o fizéssemos todos os meses... E na hora do município utilizá-los, é como se eles não existissem...

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